terça-feira, 15 de maio de 2012

Professor não pode concorrer com a internet

Para especialistas, o apresentador de informações vai desaparecer, mas o educador que vai além delas é cada vez mais necessário.

Imagine, em um mundo sem internet, o dia em que professores são avisados que dali para frente uma ferramenta de pesquisa permitirá aos seus alunos ler, assistir, ouvir e discutir sobre qualquer assunto. Qual seria a reação dos educadores? Para especialistas, há muito motivo para comemorar: a chance de obter êxito no aprendizado aumenta. Na vida real, a recepção não foi bem assim. A falta de adaptação do professor às novas tecnologias e ao aluno influenciado por elas são tema do segundo dia da série especial do iG sobre os problemas na formação do docente. Incluída ou não na aula, presente ou não na escola, a internet faz parte da rotina dos alunos. Em 2008, quando apenas 23% dos lares estavam conectados segundo o Ibope, o instituto já apontava que 60% dos estudantes tinham acesso à rede de algum modo. Em pesquisa realizada nas escolas estaduais do Rio de Janeiro em 2011, 92% disseram estar online ao menos uma vez ao dia.

“O professor pode escolher como tratar a internet, mas não pode ignorá-la”, diz o pesquisador emérito de Ciências da Educação da Universidade de Paris 8 e visitante na Universidade Federal do Sergipe, Bernard Charlot. Ele vê duas possibilidades para o educador: fazer o que a máquina não sabe ou ser substituído.

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“Ninguém pode concorrer com o Google em termos de informação. O professor que ia à frente da sala apresentar um catálogo vai desaparecer em 20 anos e ser substituído por um monitor”, afirma sem titubear, emendando um alento: “Por outro lado, o professor que ensina a pesquisar, organizar, validar, resolver problemas, questionar e entender o sentido do mundo é cada vez mais necessário.”

O pesquisador defende que o aparente problema de falta de entrosamento com a tecnologia na verdade é a lente de aumento que a internet colocou sobre a falta de formação para a docência. “Não é que o professor não sabe ensinar a pesquisar na internet, é que ele não sabe ensinar a pesquisar. Muitas vezes é mais simples ainda: o professor não sabe como ensinar.”

Industria Cultural



O mundo vive num sistema econômico-político-cultural capitalista e o surgimento da sociedade capitalista transformou as manifestações culturais em produto. Este cenário desencadeou a formação da indústria cultural, que é o conjunto de empresas, instituições e redes de mídia que produzem, distribuem e transmitem conteúdo artístico – cultural com o objetivo de adquirir lucros.A heterogeneidade da indústria cultural brasileira é percebida não somente no grau de diversidade cultural e territorial de nosso país, mas por focar conteúdos de culturas estrangeiras em detrimento de nosso conteúdo nacional. Quando ocorre em nossas mídias uma exposição de nossos valores e identidades, há o abarcamento de interesse comercial que interfere no que deve ser mostrado para adquirir audiência.A produção da indústria cultural é direcionada para o retorno de lucros tendo como base padrões de imagem cultural pré – estabelecida e capazes de conquistar o interesse das massas sem trabalhar o caráter crítico do expectador. Para se manter e conquistar público , a produção cultural não objetiva somente a expressão artística , quando esta planejada sob pretensões profissionais.A expressão tendencial elaborada com elementos artísticos é incluída num produto cultural como forma de diferenciação. A indústria cultural assim como toda indústria está atenta a custos, distribuição e retorno de lucros.Um forte exemplo de indústria cultural é a televisão que apresenta pontos positivos em possuir ótima cobertura geográfica, penetração de público e variedade de conteúdo em vários horários, mas ao mesmo tempo apresenta conteúdos sensacionalistas e que escapam do consciente do expectador, cujo indivíduo possa vir a entrar em estado de alienação. Em outras mídias há o uso do termo “cult”, termo em inglês que significa obras com características específicas e com público direcionado e devoto.A arte em geral , as manifestações histórico – culturais e a identidade de uma região servem como inspiração e conteúdo de obra e produto cultural.Em suma a indústria cultural busca produzir algo que conquiste público e relevância comercial e se ramifique em produtos licenciados.Industria Cultural

Razão Instrumental



Os filósofos alemães, reunidos na escola de Frankfurt, descreveram a racionalidade ocidental como instrumentalização da razão.A razão instrumental nasce quando o sujeito do conhecimento toma a decisão de que conhecer é dominar e controlar a Natureza e os seres humanos.Na medida em que razão se torna instrumental, a ciência vai deixando de ser uma forma de acesso aos conhecimentos verdadeiros para tornar-se um instrumento de dominação, poder e exploração.Essa razão para que não seja percebida, passa a ser sustentada pela ideologia cientificista, que, através da escola e dos meios de comunicação de massa, desemboca na mitologia cientificista.
A noção de razão instrumental nos permite compreender:
a) A transformação de uma ciência em ideologia e mito social, isto é, em senso comum cientificista;
b) Que a ideologia da ciência não se reduz à transformação de uma teoria científica em ideologia, mas encontra-se na própria ciência, quando esta é concebida como instrumento de dominação, controle e poder sobre a Natureza e a sociedade.
c) Que as idéias de progresso técnico e neutralidade científica pertencem ao campo da ideologia cientificista.

terça-feira, 8 de maio de 2012

A INCLUSÃO DE COMPUTADORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Com o decorrer dos anos, observamos a tecnologia ganhar cada vez mais espaço no mundo. O uso dos computadores está presente no nosso cotidiano, ou seja, estão presentes nos supermercados, restaurantes, nas lojas, indústrias, mas infelismente não estão presente nas escolas. Os alunos necessitam dessa ferramenta, que é de grande valia para sua formação educacional, porque vemos a precisão de acompanhar essas evoluções, uma vez que as mesmas são de total importância para o progresso do indivíduo na sociedade.
As novas tecnologias surgiram para expandir e integrar o conhecimento de forma rápida e acessível a todos. Por isso devemos incluir, o computador em todas as aulas para que todos os alunos tenham acesso a essa ferramenta que possibilita a busca de novos conhecimentos. O educador precisa tornar o computador uma parte do ambiente natural da criança, é preciso que se crie novas formas de aprendizado, disseminação do conhecimento e especialmente, novas relações entre professor e aluno.
A internet tem colaborado fortemente para transformações nas áreas educacionais, como na leitura, na forma de escrever, na pesquisa e até como instrumento complementar na sala de aula, ou com estratégias de divulgar a informação.
O computador utilizado na educação infantil, é utilizado para brincar e aprender, além de fazer a criança pensar. Quando a criança usa um software, adequado a sua faixa etária, ela tem que pensar nos caminhos que irá escolher, pois cada escolha a levará para outros desafios, construindo seu próprio conhecimento.

COMO USAR A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO?

As tecnologias digitais na educação


A escola com o surgimento dessas novas tecnologias não pode isolar a criança do mundo em que vivem, pois é através da interação e da comunicação que a criança cria situações concretas e imaginárioas que contribuem para a construção de elementos próprios de seu contexto cultural.

As crianças que têm acesso as tecnologias, têm uma cultura que não consiste apenas em jogos e brincadeiras, mas também na utilização de meios tecnológicos, os quais lhes proporcionarão desenvolver habilidades e facilidades para resolver problemas e desenvolver projetos educacionais.
A partir disso, é necessário que pessoasa que compõem os setores educacionais saibam explorar esses novos recursos tecnológicos de maneira mais efetiva. pois para o uso dessas tecnologias não basta apenas saber clicar um botão, é preciso profissionais qualificados e bem preparadopos para que a interação entre tecnologia e aluno (criança) aconteça com eficiência.

Carro sem motorista do Google recebe licença nos EUA

A empresa foi a primeira a receber a licença para uso do carro
googlecar




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Um carro que não precisa de motorista para ser guiado recebeu autorização do Estado americano de Nevada para ser utilizado nas ruas e estradas locais.
O primeiro modelo a receber a licença é o Toyota Prius, cujo sistema de navegação foi aperfeiçoado pela empresa de internet Google. A Google foi a primeira empresa a receber a licença para uso do carro.
A primeira viagem do automóvel deve acontecer em Las Vegas. A Google vem liderando no setor de tecnologia automotiva sem motoristas, mas outras companhias também estão buscando licenças para que seus veículos cheguem às estradas americanas.
Para orientar a navegação do carro, o veículo traz câmeras no teto, radares e um laser que o ajuda a 'ver' pedestres, ciclistas e os demais carros na estrada.
'Carros do futuro'
Os engenheiros da Google já testaram o carro nas ruas da Califórnia, inclusive na famosa ponte Golden Gate, em São Francisco. Nestes testes, o carro esteve sob supervisão de um motorista profissional, que estava pronto para assumir o comando do veículo caso ocorresse qualquer problema.
Segundo o engenheiro Sebastin Thrun, o carro percorreu 255 mil quilômetros nos testes. Apenas um incidente foi registrado: um carro dirigido por uma pessoa bateu de leve no veículo da Toyota e da Google em um sinal.
Para o diretor do Departamento de Veículos Motores do Estado de Nevada, Bruce Breslow, os veículos em teste atualmente são os 'carros do futuro'.
Por ora, apenas a Google recebeu licença, mas no futuro o governo estadual pretende emitir licenças a motoristas do Estado.
Uma nova legislação que trata do assunto - que entrou em vigor em março deste ano - afirma que o carro sem motoristas precisa ser supervisionado obrigatoriamente por duas pessoas - uma delas seria um motorista para casos de emergência e o outro monitoraria o computador de bordo.
A Califórnia pretende seguir o mesmo caminho.
'A grande maioria dos acidentes ocorre por erro humano', disse Alex Padilla, do Legislativo do Estado da Califórnia. 'Com o uso de computadores, sensores e outros sistemas, um veículo autônomo é capaz de analisar o ambiente de direção mais rapidamente e operar o veículo com maior segurança', afirmou.

Bactérias magnéticas podem ajudar a fabricar 'biocomputadores', dizem cientistas



Foto: Universidade de Leeds


Imãs produzidos por micro-organismos podem ser usados em discos rígidos
Bactérias magnéticas poderiam ser usadas na fabricação de computadores biológicos no futuro, segundo pesquisadores britânicos e japoneses.
Cientistas da University of Leeds, na Grã-Bretanha, e da Universidade de Agricultura e Tecnologia de Tóquio, no Japão, estão fazendo experimentos com micróbios que se alimentam de ferro.
Uma vez ingerido pelos micróbios, o ferro é transformado em pequenos ímãs, semelhantes aos que são encontrados em discos rígidos de computadores.
De acordo com os pesquisadores, a pesquisa, que foi divulgada na publicação científica Small, pode permitir a fabricação de discos rígidos muito mais rápidos.


Desafio em escala nano

As bactérias Magnetospirilllum magneticum, utilizadas na pesquisa, são micro-organismos naturalmente magnéticos, que costumam viver em ambientes aquáticos em regiões abaixo da superfície, onde o oxigênio é escasso.
Eles nadam para cima e para baixo, seguindo as linhas dos campos magnéticos da Terra e se alinhando aos campos magnéticos como as agulhas de uma bússola, em busca de suas concentrações preferidas de oxigênio.
Quando a bactéria ingere ferro, proteínas dentro de seu corpo interagem com o metal para produzir pequenos cristais do mineral magnetita, o mais magnético existente na Terra.
Após estudar a forma como estes micróbios coletam, formam e posicionam esses nanoímãs dentro de si próprios, os pesquisadores aplicaram o mesmo método fora da bactéria, "cultivando" ímãs que, eles esperam, poderiam ser usados no futuro para construir circuitos de discos rígidos.
"Estamos rapidamente chegando aos limites da manufatura eletrônica tradicional à medida que componentes ficam menores", disse a coordenadora da pesquisa, Sarah Staniland, da Universidade de Leeds.
"As máquinas que usamos tradicionalmente para construí-los são desajeitadas quando se trata de escalas tão pequenas. A natureza nos oferece a ferramenta perfeita para (resolver) esse problema", diz.


Fios Biológicos

Além de usar micro-organismos para produzir ímãs, os pesquisadores também conseguiram criar pequenos fios elétricos feitos de organismos vivos.
Eles criaram nanotubos feitos com membranas de células artificiais, cultivadas em um ambiente controlado, com a ajuda de uma proteína presente nas moléculas de gordura humanas.
A membrana é a "parede" biológica que separa o interior da célula do ambiente exterior.
Esses tubos poderiam, no futuro, ser usados como fios microscópicos produzidos por meio de engenharia genética, capazes de transferir informações - da mesma forma como as células fazem nos nossos corpos - dentro de um computador, explicou à BBC o cientista Masayoshi Tanaka, da Universidade de Agricultura e Tecnologia de Tóquio.
"Esses fios biológicos podem ter resistência elétrica e transferir informação de um grupo de células dentro de um biocomputador para todas as outras células."
"Além de computadores, os fios poderiam até ser usados no futuro em cirurgias humanas porque, em teoria, são altamente biocompatíveis", afirmou o pesquisador.

Ministro: Arábia Saudita produz 10 milhões de barris/dia de petróleo


A Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, está produzindo cerca de 10 milhões de barris por dia (bpd) e armazenando 80 milhões de barris para satisfazer qualquer interrupção inesperada do abastecimento, disse nesta terça-feira o ministro do Petróleo saudita, Ali al-Naimi.


As preocupações sobre uma interrupção da oferta do Oriente Médio, devido a um aumento das tensões entre Ocidente e Irã sobre o programa nuclear de Teerã, levaram a uma alta de 20% nos preços do petróleo tipo Brent desde o início do ano, para US$ 128 em março. Desde então, os preços caíram, mas os elevados preços do petróleo ameaçam fazer descarrilar a frágil recuperação econômica global. Isso levou a Arábia Saudita, aliado chave dos Estados Unidos, a insistir várias vezes que os mercados estão bem abastecidos.

Apesar dos declínios recentes, Naimi disse durante uma viagem ao Japão que os preços estavam altos. Em resposta a perguntas sobre se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) precisava aumentar suas cotas de produção em uma reunião em 14 de junho, ele disse: "Eles vão ter que esperar pela reunião. Isso é algo que devemos discutir".


Com 10 milhões de barris diários, a produção da Arábia Saudita é a mesma que no mês passado, que foi o maior desde novembro, quando superou as máximas em várias décadas. O reino está pronto para recorrer à sua capacidade ociosa de 2,5 milhões de barris de petróleo por dia se necessário, acrescentou o ministro.


"Além de nossa capacidade de reserva de 2,5 milhões de barris por dia, temos armazenado, em tanques e oleodutos, cerca de 80 milhões de barris", disse Naimi. As declarações de Naimi colaboraram para pressionar os preços do petróleo nesta terça-feira.

http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201205081703_RTR_L1E8G897Q

Google Teria Violado Patentes da Oracle, Conforme Veredito Parcial

 



A Gigante dos Bancos de Dados, Comandada por Larry Ellison, Sai Vitoriosa em Processo Contra o Google


Esse julgamento teve início no dia 17 de abril deste ano, e durante o processo, a Oracle reuniu provas de que o Google não tinha nenhum direito de uso da estrutura e de elementos organizacionais do Java no Android. Devido a isso, a gigante dos bancos de dados pede cerca de US$ 1 bilhão em indenização. Em face disso, o Google argumenta que os códigos utilizados não podem ser considerados de propriedade intelectual da Oracle, alegando que linguagens de programação não são expressões fixas em código, mas sim estruturas que representam idéias.

Com o veredito parcial liberado, a Oracle Corporation sai vitoriosa nesse caso. Entretanto, como a questão sobre o "uso aceitável" permaneceu em aberto, a quantia indenizatória que a empresa reclamante vai receber do Google, deve ser reduzida. Inconformados, os advogados do Google tentam recorrer da decisão, com o intuito de anular esse julgamento.

http://under-linux.org/google-teria-violado-patentes-da-oracle-conforme-veredito-parcial-4814/

MIT e Harvard se associam em cursos gratuitos pela internet

A universidade Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambas instituições acadêmicas de peso e frequentemente rivais, estão se dando as mãos em uma nova parceria para oferecer cursos online gratuitos.



As duas escolas, situadas uma perto da outra em Cambridge, no Estado norte-americano de Massachusetts, estão se associando em uma iniciativa chamada EDX apenas cinco meses depois de o MIT apresentar o MITx, seu sistema de ensino a distância que permite que os estudantes obtenham certificados finalizando trabalhos do curso a distância.

Campus da Universidadde de Harvard.

Tanto Harvard como o MIT reservaram 30 milhões de dólares para o projeto, que será supervisionado por um grupo sem fins lucrativos sediado em Cambridge. Anant Agarwal, que liderou o desenvolvimento do MITx e dirigiu o Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência da Computação do MIT, será o primeiro presidente do EDX.
O grupo planeja oferecer seus primeiros cursos no outono do Hemisfério Norte (primavera no Brasil) e espera que outras universidades entrem na parceria.
Fechando os olhos à antiga rivalidade das escolas na corrida por avanços acadêmicos e cortejando professores e estudantes, a presidente do MIT, Susan Hockfield, disse que eles também trabalham em conjunto. "Um dos segredos mais bem guardados é a profunda riqueza da colaboração entre Harvard e o MIT", disse ela em uma entrevista coletiva, do lado da presidente de Harvard, Drew Faust.
Histórico dos cursos online
A aprendizagem online tornou-se um tema polêmico da educação em várias escolas, incluindo no MIT, onde são oferecidos centenas de cursos online nos quais os estudantes trabalham com o material seguindo o próprio ritmo, mas não são avaliados. Agora, a tendência é oferecer aulas online nas quais os estudantes podem obter os certificados caso mostrem que dominam o assunto.
O MIT informou que 120 mil pessoas se inscreveram para o primeiro curso do tipo - Introdução aos Circuitos e à Eletrônica - aberto pelo MITx no começo deste ano. Na metade do curso, cerca de 20 mil ainda acompanhavam o curso ativamente.

Projeto usa aplicativo de celular para ajudar na alfabetização

Pessoas com mais de 15 anos que só sabem escrever o próprio nome estão se alfabetizando com ajuda de celulares inteligentes. Alunos ganham smartphones para fazer parte das atividades em um aplicativo.

Intuitivo e desenvolvido em forma de jogo, o programa mistura texto, imagens, sons e símbolos para facilitar o aprendizado de alunos do EJA, programa de educação para jovens e adultos.

Em sala de aula, quase tudo permanece igual: professor, livros, cadernos, lápis, borracha, giz e quadro negro continuam presentes. Mas, nos primeiros minutos da aula e em casa, as atividades são desenvolvidas no aparelho.

"É uma ferramenta a mais em sala", diz o professor Eleazar Silva, 28, que dá aulas para uma turma que participa do projeto em Itatiba, a 84 km de São Paulo. "A tecnologia é uma realidade nas nossas vidas e é uma coisa com que eles lidam no dia a dia."

O PROJETO

Cidade natal do idealizador do Palma (Programa de Alfabetização na Língua Materna), Itatiba é uma das sete cidades paulistas que testam o projeto -além dela, Pirassununga, Campinas, Araras, Franca, Santos e Ourinhos participam do projeto-piloto. São 260 alunos em 16 salas de aula do Estado.

O matemático José Luís Poli, 55, cofundador da Anhanguera Educacional, deixou a empresa em 2009 para se dedicar ao projeto e criou a IES2 (Inovação, Educação e Soluções Tecnológicas).

Ele conta que, quando trabalhava na Anhanguera, via que, nas aulas de alfabetização, todo mundo tinha celular. "Se eles não sabiam nem ler nem escrever, como sabiam usar aquele aparelho?"

"Foi aí que eu pensei: 'Se eu fizer um programa para rodar em celulares, é possível facilitar a alfabetização dessas pessoas'." Poli investiu, segundo seus próprios cálculos, R$ 500 mil só no primeiro ano. "Ao todo, já foram uns R$ 3 milhões."

Uma equipe de 23 profissionais --entre analistas, programadores designers e pedagogos-- desenvolveu o aplicativo. No primeiro ano, Poli pagou tudo do seu bolso. Em 2012, Vivo e Nokia entraram no projeto.

"Acreditamos que a tecnologia pode transformar o processo educativo", diz Gabriella Bighetti, diretora de programas sociais da Fundação Telefônica | Vivo. "Temos mais celulares que pessoas no país, e os smartphones estão ficando cada vez mais baratos. É questão de tempo para eles estarem na mão de todo mundo."

Maristela Guanais - 19.abr.12/Divulgação

"Eu me sinto mais independente com o celular", diz o operador de britagem José Benedito Marques, 33, de Itatiba. "No livro, a gente não sabe o resultado."

"Os alunos estão memorizando mais", diz a professora Cláudia Quirino dos Santos, 35, de Santos. Para ela, o abismo do analfabetismo convencional e digital pode ser vencido com a iniciativa. "É um salto de três décadas na vida dessas pessoas."

DEPOIMENTO: 'No domingo, antes da igreja, faço tarefa em vez de ver TV'

ANA REGINA DA SILVA BARONI

Eu nasci em Santos. Tenho 44 anos. Estudei até o primeiro ano e só sei escrever o meu nome. Tive de sair da escola para ajudar meus pais, que tiveram dez filhos. Tinha 13 e trabalhava em casa de família.

Eu tenho seis filhos. Meu marido morreu por causa de droga, e eu tive de criá-los sozinha. Todos moram comigo. Apesar de o pai ter morrido porque cheirava e injetava, graças a Deus nenhum dos meus filhos mexe com droga. Nem de sair eles gostam.

Eu faço faxina, mas meus filhos não me deixam mais trabalhar por causa da vista. Eu trabalho mesmo assim, de vez em quando. Eles pagam as contas da casa, mas eu ajudo nas compras com o dinheiro do Bolsa Família. A gente mora na casa que a minha sogra deixou quando morreu.

Já tentei aprender a ler uma vez, faz tempo, mas reclamaram no conselho tutelar. Disseram que eu abandonava meus filhos à noite em casa, só que eu estava na escola. Agora eu voltei, porque já está todo mundo grande.

Foi bom ganhar o celular na aula. Eu tenho um faz tempo, desde o ano passado. Mas eu só uso para fazer ligação. Deixo ele com a minha filha porque quase ninguém me liga.

Ganhei o celular na escola, mas parei de vir logo depois. Fiquei doente, com muita dor de cabeça. Fui atropelada, e meus óculos quebraram no acidente. Um carro me jogou no chão, e os óculos voaram longe. Foi em fevereiro, e até hoje estou com dor no ombro. Depois, minha irmã morreu. Estourou uma veia da cabeça dela enquanto ela estava dormindo.

Mas agora eu não vou parar, não. Vou aprender para ler a minha Bíblia e para ensinar a meus filhos como é bom estudar. Vai ser melhor ainda com o celular. Até no domingo, antes da igreja, eu faço tarefa em vez de ver TV.

Mesmo sem vir para a escola, fazia as tarefas. Quando voltei, a professora falou: "Você está de parabéns! Fez lição até no domingo".

Às vezes eu pego o celular em casa porque não tem nada para fazer. Prefiro mil vezes estudar sozinha. Eu acordo, limpo a casa, coloco todo mundo na escola e pego o celular. Estudo na cozinha.

Quem fez o celular está de parabéns. Mas podia ter para as crianças também, porque algumas têm dificuldade para aprender. Eu não tive problema. Só me ensinaram uma vez, e eu já aprendi.

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Projeto combina tecnologia e cultura local em escolas de SP



Três escolas paulistanas serão palco, a partir do dia 12, de uma iniciativa que busca utilizar as tecnologias e a cultura digital para melhorar a qualidade de vida das comunidades em que os centros de ensino estão inseridos. O projeto Acessa Legal, que a Fundação Telefônica|Vivo lança daqui a duas semanas, vai atender unidades da rede Acessa Escola, da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo.

As unidades escolares das diretorias de ensino da rede estadual Osasco, Sul 1 e Sul 2 foram as escolhidas, e cerca de 200 pessoas - 80% de alunos estagiários do Acessa Escola, além de educadores e universitários - vão fazer o intermédio entre salas de informática e a comunidade, usando a cultura local como fortalecedor da iniciativa. "O objetivo utilizar a tecnologia para contribuir para fortalecer o poder de atuação dos jovens em suas comunidades", resume a diretora de Programas Sociais da Fundação Telefônica|Vivo, Gabriella Bighetti, sobre o projeto piloto.

O Acessa Legal será executado e coordenado sob responsabilidade do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária.

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